gestante

Silencioso e temido. Assim pode ser definido o diabetes gestacional, problema que acomete entre 2% e 15% das gestantes, e, em geral, desaparece após o nascimento do bebê. Mulheres que são diabéticas e engravidam não são consideradas portadoras da doença, que só surge após iniciada a gravidez.

A doença costuma aparecer a partir da 24ª semana de gestação nas mulheres que não possuem reserva pancreática adequada para a produção de insulina e passam a apresentar níveis altos de glicemia (hiperglicemia). Essa alteração glicêmica também acontece com o feto e o estimula a produzir mais insulina, hormônio que, em excesso, é causador de macrossomia fetal (bebês maiores que o esperado), entre outros efeitos.

Geralmente, o diabetes gestacional desaparece espontaneamente no nascimento do bebê. Um exame de glicemia deve ser feito a partir de um mês e meio após o parto, e são grandes as chances de que a taxa de glicose da mamãe volte ao normal. Apesar disso, mulheres que tiveram diabetes gestacional são mais propensas a ter diabetes tipo 2 mais tarde. Por isso, o exame glicêmico deverá fazer parte da sua rotina anual. Mulheres que já eram obesas antes da gravidez têm mais risco de continuar diabéticas depois do parto.

De acordo com o ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, Ricardo Luba, qualquer mulher pode desenvolver diabetes gestacional. “No entanto, há um risco maior para as filhas de mães que tiveram diabetes gestacional e para as gestantes que têm parentes de primeiro grau com diabetes. Entre os outros fatores de risco, pode-se citar mulheres com idade inferior a 25 anos, hipertensas, obesas e histórico de diabetes gestacional em gravidez anterior”.

Caso a doença seja identificada durante a gestação, é importante fazer mudanças de estilo de vida, o que inclui monitorar seu açúcar no sangue, entre quatro a cinco vezes por dia, de manhã em jejum e após as refeições, a fim de se certificar de que as taxas permanecem dentro de uma faixa saudável.

Nesse contexto, também estão os exercícios físicos, conforme explica Jomar Souza, especialista em medicina do exercício e do esporte, e membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. “Vai ajudar tanto no controle do ganho de peso que acontece normalmente na gestação quanto na melhor utilização da glicose pelo organismo, facilitando a entrada dela nas células musculares”.

Não deixe também de consultar um nutricionista, para conhecer os tipos de alimentos que ajudam a controlar o açúcar no sangue e a evitar o ganho de peso. E lembre-se: levar uma vida saudável é a melhor maneira de prevenir a doença e de cuidar da vida do seu bebê no futuro.